23 setembro 2010

A Emoção da Constelação

Há muito tempo eu queria fazer Constelação Familiar. Mas tudo tem seu tempo certo, e ainda não tinha surgido a oportunidade ideal. A verdade é que querer é poder, e no momento em que a vontade foi mais forte que a insegurança, as coisas começaram a acontecer. Mudanças, pequenas mudanças, que foram se somando, em sequência, mostrando que o caminho definitivamente estava mudando de rumo, tomando a direção que há tanto tempo eu sonhava. Ainda estou a caminho, mas agora vou mais segura, mais convicta de que chegarei onde quero. Mais tranquila, em paz com os meus desejos, que agora aceito como legítimos.


Como o próprio nome diz, a constelação é para tratar de problemas em nossa história familiar. Traumas, ausências ou bloqueios experimentados por nossos pais, avós ou bisavós. Situações mal resolvidas que herdamos, e que nos sentimos compelidos a solucionar, repetindo velhos erros sem saber nem mesmo por quê. Carregando sobre nossos ombros e subconscientes responsabilidades ignoradas.

Olhando para trás, fica até difícil dizer onde começaram as mudanças, pois elas começaram suaves, quase imperceptíveis, e foram crescendo até se fazerem notar com clareza. Várias vezes, ao longo da minha vida, quando me sentia inquieta, ansiosa, recebia a mensagem de que são “bem aventurados os aflitos”. Como assim? Claro! Quem está confortável fica acomodado e não muda, não cresce, não evolui. A inquietude, a insatisfação é que, vivenciadas sadiamente, nos levam a tentar alcançar novos patamares.

E finalmente chegou o meu momento... O reencontro com uma antiga amiga, Cecília, que por sinal foi a melhor taróloga que já consultei, e que agora trabalha em Recife com Body Talk. Essa é outra terapia que há tempos eu procurava no Rio, pra continuar o tratamento que fazia em Itaipava com minha amiga Cris Farah. Abro um parêntese - com minha mente feminina multitarefa, desculpem-me homens focados :) - para dizer que conheço um excelente terapeuta de body talk no Rio, Michel Levy, mas por alguma razão simplesmente não tinha acontecido de me tratar com ele.

Então, voltando ao eixo da história... Fiz uma sessão de body talk com a Cecília quando ela esteve no Rio. O meu inato (como é chamado o ser superior, superconsciência, etc, no body talk) indicou como necessidade principal tratar das questões de relacionamento, traumas que geraram bloqueios no meu campo energético desde a época da separação. E recomendou a Constelação Familiar.

Por indicação da Cecília, fui finalmente fazer minha constelação familiar com a psicóloga Denise Bittencourt. Foi uma experiência fantástica. Eu nunca tinha sequer assistido a uma constelação de outra pessoa, então a minha idéia sobre o processo era muito vaga. A descrição é simples, mas não traduz a força da vivência na prática.

Na constelação familiar, você escolhe pessoas na assistência para representarem os membros de sua família, incluindo você, na dinâmica. Posiciona essas pessoas no ambiente como quiser, de pé, sentadas, de frente umas para as outras, de costas, de lado, perto, longe. A partir daí, a terapeuta, baseada em sua experiência, conhecimento e intuição, vai remanejando esses personagens e perguntando como se sentem uns com os outros, até chegar ao ponto chave do problema que se quer resolver. A reestruturação do sistema familiar, quando possível, é feita a partir dos antepassados em direção aos descendentes.

Sempre que leio relatos na internet, fico doida pra saber os detalhes pessoais. Mas hoje, não vou poder satisfazer a curiosidade de pessoas como eu. Não dá pra dar detalhes quando há outros envolvidos, familiares que nem sabem que eu participei dessa “terapia”. Mas posso contar como me senti, e como os participantes se sentiram...

Os sentimentos e os modos de se relacionar das pessoas da família são reproduzidos com uma veracidade impressionante. Os participantes não conheciam nenhum detalhe do meu “drama”, e até se espantavam com as situações que se apresentavam. Foram necessárias algumas reestruturações até que conseguíssemos chegar a uma solução, que envolveu os antepassados, de geração em geração, tomando para si novamente cargas que haviam deixado pesando sobre seus descendentes.

Durante a maior parte do tempo, eu estava com um aperto no peito, um tremor interno, e também medo de que não encontrássemos uma solução para aquele problema. Sim, é importante saber que nem todos os sistemas familiares podem ser alterados pela constelação. Algumas vivências cármicas não podem ser evitadas, ao menos naquele momento específico. Mas quando meu “pai” aceitou receber em suas mãos o peso que eu carregava, senti um grande alívio (mas não total). Era muito interessante perceber que o meu personagem sentia quase tudo que eu sentia, parece mágica!

Quando meu “avô” aceitou receber em suas mãos o peso que meu pai carregava, e também o peso de toda a família, o alívio foi enorme, e me emocionei muito! Claro que chorei. Pelo que já ouvi dizer, a maioria chora. Não é nenhuma surpresa, pois se você tem um problema grande a ponto de te fazer buscar a constelação, é natural emocionar-se quando sente ter encontrado uma solução ou um alívio.

Quando achei que já tínhamos acabado a vivência, senti vontade de fazer novos comentários, que me levaram a uma dinâmica com a minha “mãe”. E neste momento chorei de soluçar, mas com um sorriso de alegria no rosto, leve, leve...

Durante os comentários e explicações após a vivência, meu nariz começou a sangrar muito, com alguns coágulos. Não me assustei, pois percebi que fazia parte de algum desbloqueio, como algo que precisava ser expurgado. Associei isso ao fato do meu avô ter morrido do coração, e senti que estava naquele momento me livrando, pelo nariz, de coágulos que poderiam me levar a ter o mesmo destino dele algum dia. Também me lembrei de que o meu filho do meio costuma ter muitos sangramentos pelo nariz, e percebi como isso refletia o peso da herança familiar que ele já estava tomando para si. Tenho certeza de que agora, seus sangramentos vão parar, ou pelo menos diminuir substancialmente.

Fiz a constelação ontem, e hoje me sinto um pouco “no ar”. Acho que ainda estou me adaptando a essa nova configuração energética. E tenho que ficar atenta para não me manter viciosamente na frequência vibratória antiga. Mas não é tão difícil, pois uma vez estando leve, logo percebo se algum peso tenta se pendurar novamente, e basta uma respiração lenta e profunda para recuperar a alegria.

Sim, estou disposta a mudar, e não vou parar por aqui! Me aguardem!


Tem constelação familiar com a Denise no dia 2 de outubro, sábado, às 15h, em Copacabana. Quem quiser experimentar, pode entrar em contato com ela: denbitt@gmail.com

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